Pride & Prejudice (Orgulho & Preconceito) é um dos meus filmes favoritos, sem dúvida. Um belíssimo drama de época, que toca em vários temas ainda muito atuais e apresenta uma inspirada atuação principal de Keira Knightley.
Claro, é mais uma das tantas adaptações da obra de maior sucesso de Jane Austen, mas as excelentes atuações do elenco principal e uma sensibilidade moderna do então novato diretor Joe Wright fazem desta peça de época cinematográfica um entretenimento sólido, vívido, e emocionante.
Ambientada na Inglaterra rural da virada para o século XIX, o diretor Joe Wright (que adora adaptar livros para os cinemas) dirigiu esta adaptação da clássica obra homônima de Jane Austen, que segue a história de Elizabeth Bennett, uma das cinco filhas de uma família de classe média, cuja mãe está à procura de pretendentes para casá-las.
Não se engane: Jane Austen (escritora) possuía uma postura bastante conservadora, mas em suas histórias, já trazia, mesmo que de leve, a busca da mulher por um “lugar melhor ao sol”.
Naquela época, os casamentos eram arranjados e funcionavam de maneira muito semelhante a dos negócios: muitas vezes se davam de forma pragmática, por política e interesses ou por impulsos.
A noção moderna e idealizada de amor, de coisa individual e ardente, que se dá por escolha e paixão, e não por contingência social ou familiar, tem em sua construção as pegadas de uma escola literária conhecida por “romantismo” – a qual pertenceram Goethe, Stendhal, Lord Byron e o nosso José de Alencar. Jane Austen, porém, foi uma voz dissonante em relação a tal grupo.
A noção moderna e idealizada de amor, de coisa individual e ardente, que se dá por escolha e paixão, e não por contingência social ou familiar, tem em sua construção as pegadas de uma escola literária conhecida por “romantismo” – a qual pertenceram Goethe, Stendhal, Lord Byron e o nosso José de Alencar. Jane Austen, porém, foi uma voz dissonante em relação a tal grupo.
Jane Austen era além do seu tempo |
Predominavam naquela épca as histórias novelescas de amores eternos, apaixonados e impossíveis, as idealizações dos amados e os sofrimentos amorosos; “Orgulho e Preconceito”, porém, é uma obra que se enquadra longe desse estilo, o que torna estranho o fato dessa adaptação cinematográfica transformar o livro de Jane justamente nisto – uma obra romântica.
Austen empregava comumente a ironia, a análise psicológica e o discurso indireto livre, características que antecipariam o que viria a ser o realismo (escola literária muito bem representado pelo nosso grande Machado de Assis). Suas obras eram vistas em um patamar de uma comédia de costumes, de críticas ácidas à sociedade aristocrática, patriarcal e pré-burguesa da Inglaterra do século XIX.
Mas no filme, essa acirrada crítica à sociedade local é suavizada...
Então, ignoremos o filme enquanto adaptação de Jane Austen e vamos à análise nua e crua dos acontecimentos.
Então, ignoremos o filme enquanto adaptação de Jane Austen e vamos à análise nua e crua dos acontecimentos.
Trata-se de uma história de superação de dificuldades para a concretização de amores intensos. Irmãs, filhas de uma família rural e “classe média” chamada Bennett, sofrem em meio a amores impossíveis por uma dupla de amigos aristocratas e ricaços, que ao longo do filme passam a expressar os mesmos sentimentos amorosos, sendo tais romances concretizados ao final da história.
A diferença entre as famílias da época: rural & aristocrata |
Os conflitos apresentados e engendrados ao longo da história são bem articulados e constantemente trazem fôlego à narrativa, impedindo-a de cair na futilidade.
Os méritos da adaptação de “Orgulho e Preconceito”, caem, sobretudo, em seus aspectos técnicos. A direção de arte (que inclui os figurinos e cenários) é admirável. Há cenas que se passam em belos castelos aristocráticos, lotados de grandes obras de arte e utensílios, outras em salões de festas e mesmo as cenas passadas na humilde casa rural da família Bennett transpiram ares de século XIX; uma recriação bela e admirável.
Os méritos da adaptação de “Orgulho e Preconceito”, caem, sobretudo, em seus aspectos técnicos. A direção de arte (que inclui os figurinos e cenários) é admirável. Há cenas que se passam em belos castelos aristocráticos, lotados de grandes obras de arte e utensílios, outras em salões de festas e mesmo as cenas passadas na humilde casa rural da família Bennett transpiram ares de século XIX; uma recriação bela e admirável.
Personagens que me encantaram:
Os destaques em termos de atuação vão para Keira Knightley (indicada ao Oscar naquele ano e que interpretara a personagem principal Elizabeth), em uma atuação competente e enérgica e para o veterano Donald Sutherland (que interpreta o patriarca da família Bennet, pai de Elizabeth), em uma atuação em um personagem coadjuvante, admirável pela precisão e que transparece um precioso sentimento, particularmente, em uma das cenas finais, o que quase “rouba” o filme inteiro. É maravilhoso!!
Elizabeth Bennet é a protagonista. A história é contada sob o seu ponto de vista. Tem 21 anos, é descrita como alegre e sincera, às vezes é impulsiva quando está no posto de julgamento de ações alheias, característica que vai delinear muitas das suas ações ao longo da narrativa. A moça flerta com Fitzwilliam Darcy, um rapaz apontado como bonito e inteligente, protagonista masculino da história, socialmente bem sucedido e culto. Em suma, o que conhecemos em nosso imaginário como o arquétipo do “Lorde Inglês”.
Elizabeth Bennet |
Mr. Bennet, patriarca da família, relaciona-se bem com as duas filhas mais velhas. Igualmente culto e inteligente, tem pouca paciência com a sua esposa, Mrs. Bennet, uma mulher afeiçoada à filha mais nova, uma “dondoca” cheia de vontades. Dedicada e ansiosa, a matriarca coloca Elizabeth constantemente em situações vexatórias em público, sendo estes os momentos cômicos do romance carregado pelo melodrama.
Há ainda outros personagens importantes para o compor o painel de conflitos do romance: as irmãs Jane, Marty, Catherine e Lydia, além do clérigo William Colins e Lady Catherine de Bourgh, uma aristocrata dominadora e orgulhosa, típica das séries e novelas embasadas no clichê folhetinesco, em suma, aquela personagem que desejamos ver destroçada pela vida no final, tamanha a postura agressiva no enredo.
Lady Catherine de Bourgh |
O que aprendi assistindo esse lindo filme:
Elizabeth Bennet em seus momentos introspectivos |
Elizabeth não gosta de Darcy no primeiro encontro entre os dois, nem no segundo, nem no terceiro. Na verdade, ela só começa a pensar nele positivamente quando eles, de fato, se conhecem – conversam, pedem desculpas pelos erros e se abrem para outras visões de mundo que não as próprias. Elizabeth não existe apenas para fazer Darcy um homem melhor, nem o contrário. Os dois são personagens igualmente desenvolvidos e tridimensionais. É quase impossível ler e assistir Orgulho e Preconceito sem sentir empatia ou se identificar com eles.
Conclusão Final:
Creio que empatia é a palavra central de Orgulho e Preconceito, porque é apenas quando Darcy e Elizabeth se colocam no lugar do outro que eles conseguem sair de seus mundinhos orgulhosos e preconceituosos e começam a ver os outros com novos olhos.
Orgulho e Preconceito é talvez a melhor história de amor porque fala sobre personagens compatíveis com o mundo real, porque acredita em segundas chances, porque depende da empatia, porque mostra que é possível errar, se arrepender e melhorar e porque mostra que ninguém é perfeito, nem mesmo o amor.
A edição da canção de Christopher Cross - Sailing
A canção foi um sucesso nos Estados Unidos, ganhando o Grammy Awards de Gravação do Ano, Canção do Ano, e Ordenamento do Ano, e ajudando Cross a ganhar o prêmio de "Best New Artist". VH1 nomeou esta canção como o maior "softsational soft rock" de todos os tempos.
Gravada em 1979, ela foi uma das primeiras canções gravadas digitalmente, utilizando o sistema de Gravação Digital 3M. No seu discurso de aceitação do Grammy, Cross reconheceu "Sailing" como sua canção favorita do álbum e também é uma das minhas favoritas.
Eu editei a música com cenas do espetacular filme Orgulho e Preconceito, cujo elenco composto por Keira Knightley ( Elizabeth Bennet ) & Matthew Macfadyen ( Sr. Darcy) dão um show de interpretação. O filme é baseado no romance da escritora britânica Jane Austen, publicado pela primeira vez em 1813. Recomendo a leitura do romance e que assistam o filme! Até mais!!
Imagens do Google imagens emolduradas por Adriana Helena
Vídeo da Canção de Christopher Cross - Sailing do meu canal no YouTube
Olá! vim fazer uma visitinha... adorei o seu blog. Venha conhecer o meu também: https://mundomagicodalisa.blogspot.com/
ResponderExcluirJá estou seguindo você! um grande abraço e uma excelente tarde. Lisa.
Olá Lisa, seja muito bem-vinda!!
ExcluirVou conhecer o seu blog com muito carinho!
Tenha um ótimo final de semana!! :)))
Olá Adriana!
ResponderExcluirEu simplismente amo esse filme, já assisti várias vezes
eu amo obras clássicas adaptadas ao cinema.
parabens pelo post, ficou lindo...
abraços e boa semnana!
Olá Larissa, que alegria receber o seu comentário!!
ExcluirE como é maravilhoso esse filme não é verdade?
A cada momento que assistimos aprendemos mais um pouco!!!
Eu também adoro o Morro dos Ventos Uivantes, outra obra clássica adaptada para o cinema! É lindo!!
Agradeço o carinho!!
Desejo uma semana maravilhosa! :)))