Em algum lugar do passado...




Mais um filme emocionante para a nossa coleção: Em algum lugar do Passado... O filme começa em 1972, na noite de estreia da peça escrita pelo jovem dramaturgo Richard Collier (Christopher Reeve). Em plena comemoração pelo sucesso de crítica e público, uma senhora abre espaço, entre tantas pessoas com sua discreta, mas marcante presença... E depois, o que acontece? Venha saber!

Ela caminha na direção do jovem, abre delicadamente sua mão, entrega um relógio de bolso e diz, quase num sussurro: “Volte para mim!”

O filme  “Em algum lugar do passado” é de 1980, tem direção de Jeannot Szwarc, e a história é  baseada no romance de Richard Matheson originalmente publicado com o título de “Bid Time Return” em 1975 e mais tarde republicado como “Somewhere in Time”.

“Em algum lugar do passado” rompe os limites do tempo e do espaço, permitindo o inimaginável, transgredindo todas as leis possíveis das ciências duras e, tudo isso só se torna possível pela intensidade de um encontro raro, especial e encantado.

O filme começa em 1972, na noite de estreia da peça escrita pelo jovem dramaturgo Richard Collier (Christopher Reeve, o nosso eterno super-homem.  Em plena comemoração pelo sucesso de crítica e público, uma senhora abre espaço, entre tantas pessoas com sua discreta, mas marcante presença. Ela caminha na direção do jovem, abre delicadamente sua mão, entrega um relógio de bolso e diz, quase num sussurro: “Volte para mim!” Alguém pergunta: “Quem é ela?” Richard responde: “Nunca a vi na minha vida”.


“Missão cumprida”, pensa a enigmática senhora. Essa mulher que ainda guarda a singela beleza da jovem atriz que foi, Elise Mckenna (Jane Seymour), espera pelo improvável. Ela acredita, não duvida que seu grande, senão maior amor voltará para ela, nem que seja para uma outra forma de existência.

O tempo passa, estamos em 1979, e Richard agora é um importante dramaturgo. Daquele estranho encontro, permaneceu uma certa melancolia, a falta de alguma coisa inexplicável, um resgate desconhecido. Diante de tamanho vazio, chega o dia que ele decide se libertar e seguir rumo a nenhum lugar específico.

Na caminhada, o jovem encontra o Grand Hotel (“Sim, porque não!”). Sem entender a razão que o faz parar exatamente lá, Richard faz sua escolha, seu último destino.

Quem o recebe? Não poderia ser ninguém menos que o velho Arthur, o mesmo garoto que infernizava o pai em 1912. “Já nos conhecemos antes?”, pergunta o simpático velhinho?

Tudo, para Richard, parecia no mínimo diferente até chegar no “Hall da História” do hotel. Foi lá que, definitivamente, o passado revelou seus primeiros sinais.

A câmera se aproxima, era como se mais alguém estivesse lá, observando, admirando, vivendo a alegria do reencontro: “agora falta pouco, o amor se ocupa do resto”. Richard não resiste à imagem de uma mulher ofuscada pelos raios de sol, guardada, eternizada na moldura de um quadro mágico. O flagrante da felicidade, o brilho dos olhos ao encontrar seu amor.



Quem seria ela? Elise Mckenna: uma das mais reverenciadas atrizes de seu tempo. Por muitos anos ela foi a campeã de bilheteria do teatro. Sob a tutela do empresário Willian Fawcett Robinson (interpretado pelo magistral Christopher Plummer) – aquele que tudo sabe e prevê acontecimentos - foi a primeira atriz americana a criar uma mística nos olhos do público. Desaparecida em seus últimos anos e aparentemente sem vida social fora do palco, ela representava a absoluta quintessência da reclusão”.

E nos achados sobre Elise, Richard encontra a última foto da atriz: ele mal podia acreditar, era a mesma senhora que o surpreendeu na noite de estreia de sua peça.

Assim, vem a pergunta: “A viagem no tempo é possível?”


Eu diria que para aqueles que amam avassaladoramente, não existem impedimentos, tudo  se torna realidade, nem que seja nos próprios sonhos, devaneios e alucinações. E Richard ainda descobre que esteve em 1912 como hóspede do Grand Hotel, quarto 416 e registro às 09h18s. Agora ele sabia tudo que precisava para empreender sua viagem no tempo, ele acreditava que seria possível e que lá estaria Elise Mckenna à sua espera.

Rompendo os limites, Richard viaja no tempo: do presente surge lentamente o passado, a esperança de uma vida já vivida em outros tempos. No lago ao lado do Hotel ele vê Elise. Ela pergunta: “É você?” O encontro é a cena mais esperada de todo o filme.

E ao som de Rachmaninoff, da Rapsódia, o encontro acontece...

Para Elise, o amor é sua razão de vida! 

“Em algum lugar do passado” conta a história de um amor rasgado, mas acima de tudo, incondicional que sobrevive à  distância, ao tempo e às  impossibilidades. Um legítimo representante da generosidade do amor.



Mas, na brincadeira de “nada nos bolsos” surge uma intrusa moeda que o lembra para seu tempo, 1979. Richard retorna, o romance ficou em 1912. Agora é a vez do presente. Ele sabe que precisa voltar, mas as coisas não acontecem assim, o tempo não é generoso.

Resignado, Richard circula pelos mesmos lugares que esteve com Elise. No lago, nada mais que uma lembrança e o retrato, a comprovação de que ela sempre existiu eternizada na moldura de um quadro, a verdadeira imagem do amor.

Socorrido pelo velho Arthur, Richard sorri. As vozes que tentam reanimá-lo, aos poucos, desaparecem e ele segue o caminho traçado desde sempre: passado, presente e futuro reunidos na eternidade com Elise, os três tempos do amor,  para toda a eternidade!


A delicadeza da mensagem do filme


Retirando os elementos fantásticos, a razão do encantamento perene que provoca nos cinéfilos do mundo todo, a profunda identificação que todos nós sentimos com o conflito do protagonista.

 Quem não gostaria de poder rever um ente querido ou um amor que não existe mais? Passar alguns minutos na presença de alguém que vive apenas na memória, poder falar coisas que não foram ditas, reviver momentos felizes por alguns segundos.

Não existe cena mais bela do que o  primeiro encontro do casal no lago e a inquietante  cena em que Reeve percebe estar fora de seu tempo, vivendo uma ilusão, sendo brutalmente transportado para sua realidade. A sua reação ao descobrir-se sozinho novamente, após tantos momentos agradáveis com a mulher que amava, sabendo que não a veria novamente, contorcendo-se de desespero em sua cama.

Resignado em sua profunda dor, ele aguarda seu fim. Na presença da morte ele volta a sorrir, sua mente refaz o longo caminho até ela, que o aguarda como se nunca houvesse partido. No exato segundo em que ocorre o aguardado enlaçar de suas mãos com as da mulher que ama, simbolizando o reencontro entre a matéria e o sonho, o filme termina.




Os grandes atores do filme:  Christopher D’Olier Reeve &  Jane Seymour

Christopher D’Olier Reeve (1952 – 2004) será para sempre o Super-Homem, o homem que com seu ingênuo e destemido personagem Clark Kent soube tão bem enriquecer a imaginação de tantas crianças e jovens numa série inesquecível.

Que ironia da vida que justamente o “Super-Homem” tenha tido um fim tão triste (após sofrer um grave acidente a cavalo, Reeve ficou tetraplégico vindo a falecer em 10 de outubro de 2004 aos 52 anos).

A atriz Jane Seymour admirava tanto seu colega Christopher Reeve, que colocou o nome dele em seu filho. Os dois continuaram amigos até o falecimento dele. 

O diretor Jeannot Szwarc não obteve nenhum outro sucesso em sua carreira. No belo “Em Algum Lugar do Passado” (Somewhere in Time – 1980), sua direção melíflua combina perfeitamente com o tom do roteiro, podendo soar sacarina demais para alguns, mas coerente com a proposta. 

A trilha sonora de John Barry é uma das mais belas compostas por ele, com inserções marcantes da décima oitava variação de “Rapsódia Sobre um Tema de Paganini”, de Rachmaninoff. 

Um detalhe interessante é que, na emocionante cena próxima ao final, em que Reeve passa seus últimos momentos no passado com Seymour, o ator havia acabado de saber que seria pai pela primeira vez, tornando muito difícil para que ele se concentrasse no personagem.

Para mim, Reeve, de onde estiver, continua com o dom de encantar, surpreender e, principalmente, dar o melhor de si para o outro, para os outros.  E agora fiquem com a edição da canção predominante no filme e que continua encantando gerações! É liiinda!Bom final de semana!



Inspiração:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Somewhere_in_Time_(filme)
https://www.portaldoenvelhecimento.com.br/em-algum-lugar-do-passado-presente-e-futuro/
Imagens do google Imagens

Seu comentário é muito bem-vindo! Obrigada!

5 comentários:

  1. Olá Adriana, eu já vi esse filme e achei a coisa mais fofa do mundo!
    Amo filmes que o personagem viaja no tempo.
    Amei tudo que você escreveu sobre o filme, e amei a música.
    Abraços e bom fds minha querida amiga!

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    1. Larissa, muito obrigada querida!
      Pessoas com alta sensibilidade como você apreciam um filme onde o tempo e o espaço não sejam empecilhos para o amor acontecer!
      Agradeço seu carinho, sua presença sempre gentil amiga!!
      Desejo uma linda semana!!
      Beijos!! :))))

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  2. OLá Adriana:
    como você está?
    tudo bem por aí?
    você sempre traz posts tão bonitos e sensíveis!
    que saudades me trouxe este post !
    minha juventude, meus filmes favoritos e românticos...
    nossa , fiquei mesmo emocionada.
    bom fim de semana.
    felicidades.

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    1. Eliane, oi amiga! Por aqui parece que a segunda onda está chegando!
      Mas minha família está bem, graças a Deus!!
      E você? Tudo bem querida? Se cuida muito tá?
      É emocionante demais poder relembrar o passado com suas músicas doces e repletas de suavidade não é amiga?
      Fiquei feliz por tê-la emocionado com o post...Ahh isso me faz tão bem!!!
      Tenha um lindo final de semana querida e obrigada, sempre, por tudo!!
      Beijos!! :))))

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  3. Muito obrigada pelo carinho da presença!!
    Tenha uma semana maravilhosa!! :)))

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