É possível o retorno à inocência?





Olá amigos, a  canção  do Enigma chamada Return to Inoccence me inspirou nesta semana:  Com a contínua banalização do vício na modernidade, seria possível  preservar ou recuperar a inocência?  Venha refletir comigo sobre esse importante assunto!


Com a contínua banalização do vício na modernidade, a ideia de preservar ou recuperar a inocência parece um tanto irrelevante. Hoje, apenas alguns pais  levam a sério a inocência de sua família e fazem o possível para proteger os filhos da corrupção reinante em todas as formas de mídia e ambientes. 

Eles educam em casa, restringem ou proíbem o tempo de televisão e procuram limitar as companhias e amizades de seus filhos.

Na maioria dos casos, seus vizinhos mais "modernos" os ridicularizam como loucos, principalmente quando veem seus filhos alimentando a fé e vivendo prudentemente, enquanto os seus próprios caem em todos os pântanos morais imagináveis.


Hoje, apenas alguns pais levam a sério a inocência de sua família.

Diante de tal êxito, pode-se perguntar por que mais pessoas não seguem essas famílias saudáveis em vez de zombar delas. Algumas o fazem, e isso explica por que as comunidades religiosas  mais tradicionais estão crescendo rapidamente, enquanto as liberais continuam a decair de forma vertiginosa. 

Outros não o fazem porque não compreenderam o que realmente significa inocência. Com demasiada frequência, ela é entendida em termo negativos: não ser exposto a más influências, não observar ou conhecer o mal, não ter maus pensamentos ou cometer ações más etc.

Se as pessoas veem a inocência como um conjunto de “não-experiências”, os que a ela se opõem podem tratá-la como algo que denota ignorância, ingenuidade e até insensibilidade.




No entretenimento, as crianças veem o bem e o mal relativizados, com o vilão muitas vezes interpretando o herói, e virtudes como a bravura e a honestidade sendo dissolvidas em desprezo, incompetência e superficialidade. 

Pode até ser que os telespectadores mais jovens aprendam a ser gentis com as pessoas, mas o que eles costumam aprender com mais frequência é a tirar sarro dos outros, esquecer suas boas maneiras e agir como palhaços.

Além de absorver a imoralidade desse entretenimento, o ato de consumir passivamente imagens e sons, na tela, atrai as crianças para o vício. Não há melhor maneira de tirar a inocência de uma geração inteira do que transformá-los em viciados.



É claro que a escola e o entretenimento não teriam tanto efeito sobre a inocência dos jovens se os adultos estivessem em guarda. Mas, infelizmente, a maioria dos adultos abandonou o posto, deixando suas casas um caos e as crianças se virando por si mesmas. 

Incentivados por uma propaganda onipresente, eles têm cada vez menos escrúpulos em submeter seus filhos à corrupção. Assim, as crianças passam os primeiros anos de formação em lares onde abuso, palavrões e mentiras são algo comum.

Essa extinção da inocência continua, perigosa, até a idade adulta. Colocados em uma ladeira escorregadia e achando que nada mais têm a perder, a maioria dos adultos continua perdendo ainda mais a inocência. 



Essa situação deixa duas opções para o indivíduo que ainda acredita na inocência: lutar ou fugir. A curto prazo, aqueles que escolherem a última opção podem ser mais eficazes em lidar com esse movimento espiral de decadência moral, mas isso não acontecerá a longo prazo. 

Infelizmente, a maioria dos adultos abandonou o posto de guardiões, deixando suas casas um caos e as crianças se virando por si mesmas.

Em vez disso, a melhor opção para preservar a inocência é combater a corrupção predominante. O primeiro passo requer recuperar a definição adequada de inocência. Muito mais do que uma mera falta de experiências negativas, a inocência é uma confiança em realidades superiores — como a Verdade, a Bondade e a Beleza. 

É inocente a pessoa que acredita na verdade da revelação de Deus, na bondade dos amigos e familiares, na beleza da Criação e da imaginação. Essa pessoa tem uma visão transcendente do mundo e é capaz de enxergar para além de si mesma. Ela não reduz toda a experiência a fenômenos materiais aleatórios, mas encontra significado em tudo e em todos.




Por terem menos experiências que as levariam a duvidar das realidades mais elevadas, as crianças são naturalmente mais inocentes. No Sermão da Montanha, Cristo, a própria encarnação da inocência, claramente quer preservar essa qualidade nos jovens e recuperá-la nos velhos:

"Em verdade vos digo: se não vos transformardes e vos tornardes como criancinhas, não entrareis no Reino dos Céus” (Mt 18, 3).

Jesus não ordena que os adultos abandonem suas responsabilidades ou seus conhecimentos, como ele deixa claro três versículos depois (cf. Mt 18, 6), mas exorta a manterem sua inocência e confiança em Deus.

Além de provar o poder da inocência, esses exemplos do passado demonstram que ela constitui o remédio concreto para um presente já fadigado. Obviamente, os que preservaram sua inocência devem torná-la um modelo para os outros. Eles podem esperar retaliações, mas pelo menos as pessoas notarão e talvez até venham a tomar consciência mais profunda dos efeitos encantadores da inocência.



O que é menos óbvio nesses exemplos, mas ainda assim imprescindível, é a necessidade subsequente do afastamento do mundo. A inocência impulsiona os homens para o céu; a corrupção os afasta. A pessoa deixa de confiar na Verdade, na Bondade e na Beleza quando passa tempo ouvindo mentiras, sucumbindo ao vício e se rendendo à autossuficiência. Portanto, o homem deve se afastar dessas influências.

A inocência impulsiona os homens para o céu; a corrupção os afasta.

Eis alguns exemplos de pessoas que buscaram o Retorno à Inocência: São Paulo escolheu viver no anonimato por três anos após sua conversão, antes de iniciar seu apostolado em Antioquia. Após sua conversão, Santo Agostinho se afastou permanentemente do mundo e de todos os seus prazeres e, praticamente, formou sua própria Ordem religiosa. São Bernardo ingressou na comunidade monástica mais rígida da França de sua época, e São João Paulo II perdeu o sono para passar mais horas em oração. 

Para todos esses homens, foi o afastamento do mundo que permitiu à inocência criar raízes e florescer. Eles pareciam haver entendido que, sem essa separação, a inocência continuaria sendo um ideal distante que induziria mais a remorsos do que à mudança de vida.



Na era da informação, esse afastamento se tornou cada vez mais difícil, à medida que novos dispositivos preenchem todos os espaços da vida; e inventores e psicólogos desonestos incorporam “tecnologia persuasiva” para destruir a possibilidade de autocontrole das pessoas. Por esse motivo, é necessário ter um propósito de mudar os próprios hábitos e reordenar as prioridades da vida. 

O tempo gasto anteriormente na televisão e nas mídias sociais pode ser preenchido com oração, trabalho, estudo e momentos de convivência. Se tal mudança puder ser sustentada sem recaídas, surgirão momentos de inocência em que a pessoa perceberá, e se revoltará, com o profano; e exaltará o belo, cheia de gratidão pelas muitas bênçãos presentes no mundo ao seu redor.




Um retorno à inocência através do afastamento do mundo é a única maneira de amar verdadeiramente, sem se perder e permitir o pecado.

Para muitas pessoas que perderam sua inocência, a percepção de que ela pode ser resgatada é uma ocasião de grande alívio, e até de emancipação. Elas não precisam mais se desesperar por terem se afastado da inocência, nem continuar fingindo que estavam melhor por tê-la perdido. 

Em vez disso, elas podem ser encorajadas pela possibilidade de se tornarem inocentes novamente, protegendo a inocência de outrem e confrontando as forças que trazem à nossa sociedade essa tão sufocante corrupção. 

Por fim, um retorno à inocência através do afastamento do mundo é a única maneira de amar verdadeiramente ao próximo e aos inimigos, sem se perder e permitir o pecado. É a única maneira de combater os escândalos sem ser escandalizado. Mais importante ainda, é o único caminho para Deus. 

A música pode ser um princípio de Retorno à Inocência, ainda mais se falarmos com mais detalhes de  Return to Innocence, do projeto musical Enigma. Essa canção  é o maior exemplo que podemos seguir! 


O retorno à inocência, em outras palavras, equivale dizer:
O encontro consigo mesmo
O seu EU interior
A sua essência
O seu auto conhecimento
O seu coração
A sua alma
A sua identidade Universal


E partindo da simplicidade das emoções que todo mundo tem, bem ou mal desenvolvidas: AMOR, DEVOÇÃO, SENTIMENTO, EMOÇÃO!

Essa música ficou muito famosa em 1996. Gosto  demais dela, pois nos convida à resgatarmos nossa inocência.

Nos faz lembrar de quando víamos o mundo com os olhos de uma criança, sem malícias ou maldades. Sem medo de sermos o que nós quisermos ser!

Don’t be afraid to be weak
Don’t be too proud to be strong
Just look into your heart my friend
That will be the return to yourself
The return to innocence.

Não tenha medo de ser fraco / Não se orgulhe de ser forte.
Olhe para o seu coração, meu amigo! Esse será o retorno para si mesmo. O Retorno à inocência.


Don’t care what people say
Just follow your own way
Don’t give up and use the chance
To return to innocence

Não se importe com o que os outros dizem
Apenas siga seu próprio caminho
Não desista e use a chance
Para retornar à inocência



Return to Innocence é o primeiro single publicado por Enigma de seu segundo e exitoso álbum The Cross of Changes. Ele se tornou um dos singles do Enigma mais populares a nível mundial, chegou a ser o número 1 em mais de dez países da Europa.

Na canção, a voz principal foi proporcionada por Angel X (Andreas Harde), enquanto que os cantos tribais taiwaneses foram sampleados da canção «Jubilant Drinking Song». Sandra Cretu, apareceu brevemente recitando um verso no meio da canção.

Em 1996, a canção tornou-se ainda mais popular ao ser usada  para promover os Olimpíadas de Verão de 1996, celebradas em Atlanta (Georgia), Estados Unidos.

O videoclipe oficial foi  rodado por Julien Temple em Málaga, Espanha mostra a vida de um homem de campo no sentido inverso, começando pela sua morte e terminando com seu nascimento, onde retorna à inocência As próprias filmagens são exibidas em "rewind", ou seja, da frente para trás.

Fiquem agora com minha edição, feita com carinho, com amor e sobretudo com a fé de que sempre será possível retornar à inocência, porventura perdida...Linda semana amigos!!


Imagens do Google Imagens e do Tumblr

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5 comentários:

  1. Olá Adriana:
    gosto muito de seus posts.
    sempre tão positivos e trazendo mensagens tão verdadeiras !
    muito obrigada.

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    1. Nossa, Eliane, quanto tempo!!
      Estava morrendo de saudades de você!
      Muitos amigos, nesta pandemia, pararam de blogar por questões de acompanhamento psicológico... São muitas notícias tristes e a maioria perdeu o entusiasmo de escrever.. Eu mesma estou aqui quase no piloto automático... E continuo para não deixar morrer essa ideia de compartilhar alegria!!
      Muito obrigada pela presença!
      Eu amei!!
      Tenha um lindo final de semana!! :))))

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  2. Muito obrigada, fico super feliz quando vem me visitar querida amiga!
    Tenha um final de semana maravilhoso!!
    Beijos!! :)))

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  3. Esse texto é transcendental também . Quanta sensibilidade. Eu amo essa canção desde q ouvi na série cold case. Sempre ouço e estava pensando em orar mais, acreditar mais em Deus e não querer controlar tudo, o q vem me trazendo ansiedade ultimamente. Que coincidência encontrar esse texto.

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    1. Debora, que alegria receber o seu comentário!!
      Muito obrigada, essa música é algo surreal e contém uma beleza única!
      O que não podemos é perder a esperança e a inocência que está dentro da gente, mesmo que escondida!
      Seja sempre muito bem-vinda!!
      Beijos!!! :)))

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