Radiohead: Regando as Flores e buscando a Cura



 





Oi amigos! Faz tempo que não venho falar com vocês! É porque eu não estou bem... Quando nossa mente e corpo adoecem faz-se necessário parar, repensar e buscar a cura. Ainda estou em processo de regar para colher mais à frente, mas já me sinto um pouco mais fortalecida e esperançosa.

Neste tempo que fiquei "off ", nem mesmo as músicas que antes tanto me motivavam, conseguiram me trazer à vida ...Eu simplesmente estagnei sem saber o que fazer e a esperança tornava-se mais volátil a cada manhã...

E falando nas manhãs, eu nem mesma conseguia "imaginar"que poderia ter um amanhã, tamanha a minha prostração. Em breve relatarei tudo o que aconteceu e o que poderá estar por vir, mas por hora me reservo apenas em falar sobre uma canção cuja melodia é bem marcante e com certeza vai fazer com que reflitam sobre essa intrigante letra.


Vida plastificada, vida embalada, compactada e desconectada. Quebrar as paredes do mar de plástico é nossa tarefa diária, nossa luta para transcender o real.

       Javier de la Hera

Talvez vocês não conheçam bem a banda Radiohead. Mas provavelmente devem se lembrar da música de fundo emocionante que tocava na "propagando do Carlinhos" que encantou muitas pessoas na ocasião da sua veiculação, em 1998. Essa canção chama-se "Fake Plastic Trees"e você vai saber tudo ela e se surpreenderá com o seu conteúdo e significação...

O Radiohead é uma banda inglesa formada em 1985 e de lá para cá lançou 12 álbuns.



Banda Radiohead


A banda experimenta com vários tipos de sons, instrumentos, gêneros musicais e também na forma de divulgar e vender seus discos. O lançamento de In Rainbows (2007) foi feito na internet e cada um pagava o valor que queria pelas músicas (inclusive podia não pagar nada). Não sei se essa estratégia funcionou para a banda, mas o álbum seguinte teve preço fixo. Difícil fazer algo gratuito, as pessoas geralmente não valorizam a produção do artista.


Acho que são as melodias melancólicas das músicas do Radiohead que tem esse efeito, são quase todas estruturadas para extrair alguma emoção. Talvez seja intencional. Até a voz do Thom Yorke se encaixa na forma. E o guitarrista Johnny Greenwood é compositor de ótimas trilhas sonoras especialmente nos filmes do Paul Thomas Anderson (trilha de There Will Be Blood )que é sensacional).






A canção Fake Plastic Trees é uma das músicas que melhor representa essa coisa de trazer emoções à tona e é uma das mais conhecidas da banda. Essa música já foi usada em filmes (Patricinhas de Beverly Hills), séries (Entourage) e na campanha da Síndrome de Down com o Carlinhos.

O emocionante comercial do Carlinhos e seu amiguinho para conscientização e comemoração ao Dia Internacional da Síndrome de Down, foi ao ar na televisão brasileira em 21 de março de 1998. Criada pela agência de publicidade DM9DDB, o vídeo contou a história de Carlinhos e seu amigo. Enquanto brincavam juntos em um carrossel e embalados pela canção "Fake Plastic Trees" da banda Radiohead, eram exibidas mensagens contando sobre a rotina de Carlinhos, uma criança que ia a escola todos os dias, fazia natação e tantas outras atividades enquanto seu amiguinho não fazia nada.


Uma das crianças era portadora de Síndrome de Down, condição que na concepção de muitos limitava a pessoa de realizar muitas atividades que outra considerada “normal” faria. O comercial então dá uma guinada, mostrando que quem era o Carlinhos (a criança que realizava todas aquelas atividades) era justamente a criança com Síndrome de Down, e o seu amiguinho era um menino de rua. A relevância do comercial foi tocar nesse tema de uma forma tocante, ensinado que “a pior síndrome é a do preconceito”. Emociona e encanta até os dias de hoje não é verdade? Isso sim, é publicidade de verdade!!


A inspiração do Radiohead para criar Fake Plastic Trees



 Disco do Radiohead



Fake Plastic Trees é do segundo álbum da banda, The Bends (1995), que tem outras três músicas que gosto: High And Dry, My Iron Lung e Just. Dizem que Thom Yorke escreveu essa música sobre o Canary Wharf, que é uma área de Londres que foi construída sobre um terreno baldio inutilizado para ser o Business District da cidade e teriam colocado plantas artificiais lá. Muitos dizem que o Canary Wharf é constituído de prédios com fachadas de vidro, sendo bastante impessoal. Acho justo que tenha servido de inspiração para essa reflexão sobre consumismo e aparências.


É uma música sobre a superficialidade (e falsidade) das coisas e pessoas que começa lenta, cresce e termina melancólica. E muitos dizem também que pode ser uma música sobre depressão. Independente da letra, é a melodia que fica na cabeça, mas vamos saber do que o Thom Yorke está falando agora, pois analisaremos cada verso desta canção... Vamos à análise dos versos então?






Her green plastic watering can
For her fake Chinese rubber plant
In the fake plastic earth


Essa música tem três personagens: a mulher, seu companheiro e o narrador. Começamos com a mulher que coloca água nas plantas de plástico made in China, plantadas na terra falsa com uma vasilha de plástico. Só nessa frase temos mais de 200 anos de plástico rondando a terra antes de se desintegrar. 🙈



What she bought from a rubber man
In a town full of rubber plans
To get rid of itself


O que ela comprou do homem de borracha, numa cidade de borracha? Métodos para se livrar da plastificação são de plástico.


It wears her out, it wears her out

Essa frase aqui tem duplo sentido:

1) ela pode estar cansada, exausta de todas essas coisas fakes, de fingir ou

2) todo esse plástico e borracha vai sobreviver a ela ("wears her out" - desgastá-la).


She lives with a broken man
A cracked polystyreneman
Who just crumbles and burns


A mulher mora com um homem quebrado, prejudicado, violado. Um homem de poliestireno (também conhecido como isopor) que se desfaz e queima (afinal, isopor é altamente inflamável).


He used to do surgery
For girls in the eighties
But gravity always wins

And it wears him out, it wears him out


Ele era um cirurgião. Não sei se fazia plásticas em mulheres de 80 anos (que se acham garotinhas) ou nas garotas nos anos 1980, e qualquer forma ele está cansado de perder essa luta contra a gravidade, exausto da futilidade. FATO: a gravidade sempre ganha.





She looks like the real thing
She tastes like the real thing
My fake plastic love

Essa parte da música é significativa, e é quando a música atinge o ponto alto. É aqui que o narrador nos conta sua história. Apesar dela (provavelmente a namorada) parecer real e ter gosto real ele não consegue acreditar no amor, é falso e de plástico. Ele acha que é uma ilusão...


But I can't help the feeling
I could blow through the ceiling
If I just turn and run


Esse sentimento de frustração, ele se sente inadequado, é difícil se encaixar numa fantasia. Um desespero que dá vontade de correr.


And it wears me out, it wears me out

A ilusão, ou tentar mantê-la, o está esgotando.





If I could be who you wanted
If I could be who you wanted
all the time, all the time



"Se eu pudesse ser o quem você queria, o tempo todo."

Pode ser uma vontade que ele tem de querer atender as expectativas dela ou uma constatação que ele não consegue mais fingir e nunca vai conseguir ser o fake plastic love dela.


Amigos, não sei bem o motivo mas essa canção me emociona profundamente... Deixe suas reflexões sobre a música nos comentários, pois quero saber se ela te emociona tanto quanto a mim. Fale sobre a vida plastificada que vivemos, ou até mesmo o excesso de plástico que nos ronda e ainda vai nos matar. Editei a canção em paisagens naturais belíssimas para dar bastante ênfase à letra...



Fontes: analisando-musica-fake-plastic-trees
A-musica-do-carlinhos
Imagens do Google Imagens 

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Um comentário:

  1. Adriana, não sei o que estás passando,mas quero te dizer que aqui de onde estou, em férias, em frente ao marzão,mando as melhores energias e vibrações e desejos de que tudo passe! Fica bem! beijos praianos,chica

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