A eterna Edith Piaf e sua clássica canção "Non, Je Ne Regrette Rien"






Uma canção que sempre amei e as Olimpíadas de Paris restaurou em mim a emoção em ouvir “Je ne regrette rien”, cuja tradução  "Não me arrependo de nada"  pode ser considerado o maior sucesso da eterna Édith Piaf. 

Composta personalizada por Charles Dumont e Michel Vaucaire, esta canção refletiu a vida da icônica senhora da canção francesa, que, durante seus 47 anos de existência, viveu abandonos, perdas, vícios, problemas de saúde e dores, mas também viveu amores intensos.

"Não, absolutamente nada. Não, não me arrependo de nada. Nem do bem que me fizeram, nem do mal; para mim é tudo igual." Essas frases parecem ser o mantra que resume uma existência marcada primeiro pela miséria e depois pela dor, pelos fracassos amorosos e pela perda da única filha.

Essas feridas se refletiram em uma voz comovente que brilhou tanto em canções como essa ou em seu famoso “Hino ao Amor” que foi interpretada magistralmente pela Céline Dion na abertura das Olimpíadas de Paris no último sábado dia 26 de julho de 2024.

Em cada apresentação, Piaf arriscava a vida a ponto de desabar no palco e, apesar de estar de pé, suas articulações pareciam prestes a ceder toda vez que ela cantava com o coração.

A voz imponente e os vestidos pretos tornaram inconfundíveis as performances da francesa Edith Piaf, mas a imagem frágil da chamada "Pequeno Pardal" camuflava um passado encoberto por tragédias.

"Não, não me arrependo de nada"

A Biografia de uma cantora que não se rendeu ao sofrimento 

Edith Piaf (1915-1963) foi uma cantora francesa, considerada uma das maiores personalidades do cenário musical da França, por sua grande contribuição à música francesa.

Edith Piaf (1915-1963), nome artístico de Edith Giovanna Gassion, nasceu no distrito de Belleville, em Paris, França, no dia 19 de dezembro de 1915. Filha de um acrobata e de uma cantora de cabarés teve uma infância difícil e solitária. Foi criada pela avó materna, mas depois de maus-tratos, foi entregue à avó paterna, que dirigia um bordel na Normandia.

Com sete anos, teve uma inflamação na córnea que lhe tirou temporariamente a visão. Depois de recuperada, em 1922, passou a acompanhar o pai em suas apresentações em circos itinerantes. 

Com 15 anos já mostrava dons musicais e passou a se apresentar cantando nas ruas de Paris. Com 16 anos, morando em um quarto de hotel, se apaixonou pelo entregador e com 18 anos teve uma filha, que faleceu vítima de meningite com dois anos de idade.

Com apenas 15 anos  Édith passou a se apresentar nas Ruas de Paris

Em 1935, cantando nas ruas de Pigalle, foi descoberta por Louis Leplée, que a levou para cantar no cabaré de sua propriedade, o Le Gerny’s. Com ele, aprendeu as técnicas de apresentação no palco, recebeu orientação no uso do figurino preto e foi apelidada de “La Môme Piaf” (pequeno pardal). 

Sua noite de estreia contou com a presença de várias celebridades, entre elas, o ator Maurice Chevalier, e a compositora Marguerite Monnot, que se tornou amiga e autora de várias músicas de Piaf.

Primeiro disco

Em 1936, Edith Piaf gravou seu primeiro disco “Les Mamês de la Cloche”, que foi bem aceito pela crítica e pelo público. No entanto, sua carreira foi abalada após ser acusada de cúmplice no assassinato de Louis Leplée, seu mentor, mas acabou sendo inocentada. 

Para reerguer sua carreira, foi em busca de ajuda do compositor Raymond Asso, que se tornou seu novo mentor, mudou seu nome artístico para “Edith Piaf” e aprimorou seu estilo de cantar, para se tornar uma cantora do Music Hall.

Entre 1936 e 1937, Edith Piaf se apresentou no Bobino, um Music Hall do bairro de Montparnasse. Em 1937 fez sua estreia no Music Hall ABC, conquistando em pouco tempo o seu lugar de vedete no cenário musical francês. 

As músicas de Edith expressavam sua trágica história passada nas ruas de Paris


Suas músicas foram encomendadas a Marguerite e expressava claramente sua trágica história de vida passada nas ruas de Paris, como “Mon Légionnaire”, “Milord” e “Les Amants d’um Jour”. 

Em 1940, estreou no teatro com a peça “La Bel Indifférent” escrita especialmente para ela. Em 1941 contracenou com seu companheiro Paul Maurisse, no filme “Montmartre-sur-Seine”.

Carreira internacional

Mesmo durante a ocupação da França pelos alemães, na Segunda Guerra Mundial, Piaf continuou cantando. Em 1945, escreveu “Le Vie em Rose”, um dos seus maiores clássicos. 

Em 1947, fez seu primeiro show nos Estados Unidos. Em 1948, de volta ao país, conheceu o pugilista Marcel Cerdan, com quem teve um grande romance, mas que terminou com a morte de Marcel em um acidente de avião em 1949. Em sua memória, Piaf gravou a célebre “Hymne à l’amour” e “Mon Dieu”.

Abalada emocionalmente pela morte do companheiro e com fortes dores provocadas pelo reumatismo, Piaf passou a fazer uso da morfina e se entregou ao álcool. 

Em 1951, sofreu um sério acidente de carro, sendo submetida a várias cirurgias e novas injeções de morfina. Mesmo fragilizada, realizou apresentações memoráveis no Olympia de Paris e no Carnegie Hall de Nova Iorque.

Mesmo fragilizada  fez apresentações memoráveis no Olympia de Paris e no Carnegie Hall de Nova Iorque.


Após um rápido romance com Charles Aznavour e um casamento de quatro anos com Jacques Pills, ela se envolveu com o cantor Georges Moustaki. 

Em 1958, ao lado dele, Piaf sofreu outro grave acidente de carro, que lhe causou um traumatismo craniano e fragilizou de vez sua saúde. 

Em algumas tentativas de retorno aos palcos, foi hospitalizada diversas vezes. Depois de tanta tragédia em sua vida, em 1960, Piaf interpretou “Non, Je Ne Regrette Rien”, que se tornou um de seus maiores sucessos.

A força de    “Non, Je Ne Regrette Rien”

A canção "Je Ne Regrette Rien", interpretada pela icônica Édith Piaf, é um hino de força e resiliência que se tornou um dos maiores clássicos da música francesa. 

A letra da música transmite uma mensagem poderosa de superação e renovação, onde a cantora declara que não se arrepende de nada do que viveu, seja o bem ou o mal que lhe foi feito.

A expressão "Non, je ne regrette rien" (Não, eu não me arrependo de nada) é repetida como um mantra que reforça a decisão de deixar o passado para trás e não permitir que as experiências anteriores ditem o curso de sua vida futura.

A música fala sobre pagar, varrer e esquecer as mágoas e as alegrias passadas, como uma forma de limpar a alma e o coração para um novo começo. A metáfora de acender o fogo com as memórias sugere a transformação das experiências passadas em energia para seguir adiante.

A última estrofe da música traz uma reviravolta otimista, onde Piaf canta sobre o início de uma nova fase de sua vida, que começa com a pessoa amada. 

Isso simboliza a esperança e a capacidade de encontrar alegria e propósito após períodos de dificuldade. A música, portanto, não é apenas um relato pessoal de Édith Piaf, mas também um convite para que todos possam encarar a vida com coragem e otimismo, independentemente dos desafios enfrentados.

E é com essa canção da pequenina e frágil Edith Piaf , dona de uma voz espetacular e senso dramático exacerbado que te convido a se emocionar comigo! Linda semana gente querida!! 


Referências e Pesquisa

Seu comentário é muito bem-vindo! Obrigada!

16 comentários:

  1. Bom dia, Adriana
    Não conhecia Edith Piaf, ela sofreu muito, a letra da música traz uma mensagem de esperança, de esquecer as mágoas e olhar para frente com determinação, obrigada por compartilhar. Vamos torcer pelos jogos olimpícos de Paris, um forte abraço.

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    1. Lucinalva, que honra querida! Poder te apresentar a Edidh Piaf é algo encantador para mim, pois a história de vida dela é muito emblemática, sofrida e mesmo assim ela se manteve forte até o final, exatamente como ela diz na canção " Não, não me arrependo de nada"!
      Grata pelo carinho da presença amiga!!!
      Maravilhosa semana!!! :)))))

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  2. Boa tardinha de Paz, querida amiga Adriana!
    Que vídeo lindo o de hoje! Amo ouvir.
    Sim, música é terapêutica...
    "Esquecer as mágoas e as alegrias passadas, como uma forma de limpar a alma e o coração para um novo começo. "
    Não é fácil como parece depois de tanta decepção pela vida afora ou...
    Após vivermos um lindo e grande Amor que é insubstituível.
    Impossível alguém ocupar o espaço que não está vago mesmo já tendo partido a outra parte.
    Só quem vive sabe...
    Você entra a fundo quando comenta em meu blog e é muito bom recebê-la.
    Tenha dias abençoados!
    Beijinhos

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    1. Obrigada por ter vindo aqui no Vivendo Bem Feliz querida Rosélia!!
      Ahhh sim, essa canção da Edith Piaf é histórica, a própria música da resiliência, a retidão...Ela dizia que não se arrependia de nada, apesar de tanta dor e sofrimento na vida...
      É difícil esquecer as mágoas e perdoar quem nos faz mal, mas só assim para poder recomeçar e tornar-se leve.
      Jesus sempre falava do perdão, de dar a outra face... A vida não é fácil!!
      Seu comentário é belíssimo querida, e fico ainda mais feliz que tenha apreciado a biografia da Edith Piaf.
      Beijos e um lindo restante de semana!! :)))))

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    1. Teresa, muito obrigada querida, por ter vindo aqui deixar o seu carinho!
      A história de Edith é algo fora do comum, repleta de sofrimento, mas jamais de desistência!! Beijos e um lindo restante de semana!!

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  4. Sem dúvida, uma grande artista de uma vida bem atribulada. Admiro as pessoas que dizem confiantemente que não se arrependem de nada que fizeram na vida. Eu me arrependo de algumas coisas. Por outro lado, sei que sem os erros dos quais hoje me arrependo, hoje eu não seria o que sou. Então fica o dito pelo não dito.

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    1. Obrigada pelo gentil comentário Eduardo!
      Edith Piaf foi uma batalhadora que não se deixou vencer pelas dificuldades da vida e ainda assim brilhou nos palcos como ninguém!
      Tem razão: São os nossos erros que contribuem com o nosso crescimento pessoal!
      Tenha um lindo final de semana!!

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    1. Obrigada Teresa, pelo carinho da presença!!
      Tenha uma semana igualmente maravilhosa!!

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  6. A cantora merece a homenagem evocativa que lhe faz e, como diz, é um ícone da canção francesa. Eu acrescentaria quiçá mundial, pois marcou uma época, com uma voz originalmente surpreendente.
    Abraço de amizade.
    Juvenal Nunes

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    1. Muito obrigada pela presença Juvenal, neste post que é um dos meus favoritos por ser da Edith Piaf! Ela tinha que ter sido mais valorizada em vida, pois foi uma lutadora sem precedentes!!!
      Concordo com você, é um ícone mundial a música!!
      Abraços e uma excelente semana!! :)))))

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