“Beds are Burning” do Midnight Oil é o hino contra a Exploração dos Aborígenes e o Aquecimento Global





Lá pelos longínquos anos 80, precisamente em 1987, a banda de rock Midnight Oil despontava com a música 'Beds Are Burning', um poderoso hino de protesto que aborda questões de direitos dos povos indígenas e injustiças ambientais. Venha conferir os detalhes dessa obra prima.

A Banda Midnight Oil e seu ativismo

Aliás, como falar sobre música e meio-ambiente e a sustentabilidade sem citar o Midnight Oil? Banda amada por surfistas, ativistas e com um sucesso estrondoso na Europa e América do Sul criou grandes canções como “Feeding Frenzy” (sobre as loucuras da modernidade e suas consequências), “Beds Are Burning” (mudanças climáticas) e “The Dead Heart” (sobre a questão dos aborígenes versus colonizadores). Já editei duas e  são os meus trabalhos favoritos.

A Banda Midnight Oil 

Lançada em 1987, no álbum 'Diesel and Dust', a canção se tornou um dos maiores sucessos do grupo, conhecido por seu ativismo político e letras engajadas. A banda, liderada pelo vocalista Peter Garrett, que mais tarde se tornaria um político ativo na Austrália, sempre teve uma forte conexão com questões sociais e ambientais, o que se reflete claramente na faixa como você verá no final ao final deste artigo.


Sobre a Canção Beds Are Burning e o Povo Aborígene da Austrália


A letra de 'Beds Are Burning' faz referência direta à luta dos Pintupi, um grupo aborígene que foi deslocado de suas terras no deserto ocidental da Austrália. 

Indígenas da Austrália  que foram deslocados de suas terras

As linhas iniciais pintam um quadro do ambiente árido e desolado, mencionando 'Holden wrecks' (carros abandonados da marca Holden) e 'boiling diesels' (diesel fervente), simbolizando a invasão da modernidade e a negligência com a terra.

O refrão, 'How can we dance when our earth is turning? How do we sleep while our beds are burning?', é uma metáfora para a indiferença da sociedade em relação à destruição ambiental e à opressão dos povos nativos.

A música pede uma ação imediata, enfatizando que 'o tempo chegou' para corrigir as injustiças ('To say fair's fair / To pay the rent / To pay our share').

As Mulheres do povo Pintupi que foram deslocados de suas terras originais pela ganância do povo colonizador


A canção não apenas critica a inércia diante da exploração e do sofrimento, mas também faz um apelo direto para a restituição das terras aos seus legítimos donos ('It belongs to them / Let's give it back').

O refrão cantado pelo Midnight Oil  era: “A hora chegou para dizer que o justo é justo / de pagar o aluguel / de pagar nossa parte / a hora chegou/ o fato é fato / (a terra) pertence a eles / Vamos devolvê-las”.
 
'Beds Are Burning' é um exemplo clássico de como a música pode ser usada como uma ferramenta de conscientização e mudança social.

Beds Are Burning também virou  hino contra o Aquecimento Global


Em 1987, “Beds Are Burning” abriu o álbum “Diesel And Dust”, do Midnight Oil. Em sua primeira versão, ela é uma canção política que prega a devolução das terras tomadas do povo aborígene Pintupi. Como eu disse acima, seus  integrantes foram obrigados a deixar o deserto e se deslocar, dos anos 1930 até o final da década de 70, para assentamentos criados pelo governo australiano. 

Hoje, infelizmente, os Pintupi compõem uma comunidade com  menos de 400 pessoas.

Na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Sidney, em 2000, Garrett, Martin Rotsey (guitarra), Jim Moginie (guitarra e teclados), Andrew James (baixo) e Rob Hirst (bateria) se apresentaram vestidos de preto, com a palavra “Sorry” (Desculpe) impressa nas costas. 


O  ritmo contagiante de Beds Are Burning



O recado tinha destinatário: o governo australiano, que se recusava a pedir oficialmente desculpas aos aborígenes de todas as etnias pelos danos causados no passado.

O refrão das canção se tornou o hino oficial do movimento global contra o aquecimento global: “Como podemos dançar quando nossa terra está girando? / como podemos dormir enquanto nossas camas estão queimando?”

Através de seu ritmo contagiante e letras provocativas, Midnight Oil conseguiu levar a discussão sobre direitos indígenas e responsabilidade ambiental para as paradas de sucesso internacionais, mostrando que a arte pode ser um veículo poderoso para a expressão de questões críticas e para a mobilização de ações concretas.

Fiquem agora com minha edição! Eu quero que apreciem!


Referências:
Imagens  e gifs do Google Imagens

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2 comentários:

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