Vale a pena assistir a 1ª Temporada da Casa do Dragão?






Eis uma série que adorei acompanhar nos últimos dois meses. House Of The Dragon (HOTD), ou A Casa do Dragão, é a nova série da HBO que estreou em agosto de 2022. Venha ler as minhas impressões sobre esse novo entretenimento.

Desde que a aclamada Game of Thrones (GOT) (Guerra dos Tronos) terminou, deixando órfãos vários fãs, finalmente uma nova temporada de guerras e disputa pelo trono de ferro reiniciou, contando a história da Casa Targaryen em seu período de glória, quando reinava sobre os Sete Reinos. A série é inspirada no livro Fogo e Sangue, de George R. R. Martin.

A série foi lançada no formato de um episódio por semana, sempre aos domingos, às 22h, assim como ocorria com Game of Thrones. Essa resenha contempla a primeira temporada da série que se encerrou no dia 23 de outubro de 2022. A segunda temporada só está prevista para começar em 2024.


Sobre o Enredo


A história se passa cerca de 200 anos antes dos eventos de Game of Trones e logo de início temos uma breve narração, feita por Rhaenyra Targaryen no futuro, já mais velha. 

A narração nos contextualiza do momento em que a série se situa, após a escolha de Viserys I como herdeiro do trono de ferro, ao invés da Princesa Rhaenys Velaryon, que apesar de ser a descendente mais próxima do rei, não poderia assumir o trono por ser uma mulher. Que ultrage não é gente? A mulher não tinha vez, nem hora e nem lugar... Isso aconteceu pois o rei em atividade acabara de perder seus filhos e ficou sem descendentes

Princesa Rhaenys Velaryon (Atriz Eve Best)


Um pouco mais à frente, vemos Viserys I governando, mas com o mesmo problema do antigo rei. Ele tem apenas uma filha e, apesar de sua esposa, Aemma, estar grávida, não possui garantias de que terá um menino e por isso a sua sucessão fica ameaçada, sendo o pontapé inicial dos conflitos do primeiro episódio.

A forma como a trama se constrói se parece muito com a de Game of Trones, o que funciona como homenagem, mas também garante seu sucesso entre os fãs antigos por repetir uma fórmula já consagrada.

Apesar do ritmo mais lento, a série intercala com cenas mais intensas, como a cena do torneio e da caçada nas terras do rei, que, além de levantarem o ritmo da série, também apresentam o cenário entre casas já conhecidas pelos fãs.

Imagens da princesa com seu cavaleiro na floresta 


Apesar de muitos fãs especulares que a série é lenta, eu achei intensa e intrigante, conseguindo me segurar até o final, uma vez que equilibra momentos de contextualização, cenas intrigantes de construção de personalidades, intensidade e brutalidade de algumas cenas. 

A sucessão de eventos levará, por fim, à guerra histórica que ficou conhecida como A Dança dos Dragões.


Elenco e Principais Personagens

1- Rhaenyra Targaryen (Milly Alcock)

Milly Alcock é a princesa Rhaenyra Targaryenem 


O maior destaque fica com Rhaenyra Targaryen (interpretada na juventude por Milly Alcock), jovem princesa, determinada,
 inteligente e com um espírito rebelde. Ela monta seu próprio dragão, Syrax e é a filha primogênita do rei Viserys I, nomeada por ele como herdeira, desafiando as leis e precedentes sucessórios de Westeros.

Apesar de sua trajetória relativamente curta antes de HOTD, a atriz entrega muito em seu papel e sua personagem já tem sido positivamente comparada com a memorável Daenerys Targaryen.


2- Daemon Targaryen (Matt Smith)


Matt Smith entre o Serpente Marinha e seu filho


Daemon Targaryen (
Matt Smith) é o personagem que mais rouba a cena na série. O irmão mais novo do rei Viserys,  é impulsivo, violento e ambicioso. Ele se vê como o herdeiro do rei, mas parte do Pequeno Conselho o considera como uma ameaça à coroa. 

Daemon monta o grande dragão
Caraxes, e é o comandante da Patrulha da Cidade, os Mantos Dourados, que são extremamente leais a ele.

Obstinado, cruel e totalmente inescrupuloso, Matt Smith desempenha um ótimo trabalho, trazendo peso ao seu personagem.

3- Viserys Targaryen I ( Paddy Considine) 

Rei Viserys I (Paddy Considini)

O nome é bastante familiar, mas as semelhanças entre o rei Viserys I e o irmão de Daenerys em “Game of Thrones” não vão muito além dos nomes e dos cabelos loiros.

Ele foi o escolhido para ascender ao Trono de Ferro durante o Grande Conselho de Harrenhal, à frente de sua prima, a princesa Rhaenys, fazendo prevalecer a linhagem masculina.

Mas, o próprio Viserys desafia este precedente ao nomear sua única filha, Rhaenyra, como herdeira, à frente de seu irmão, Daemon Targaryen, no final do episódio 1.

O rei Viserys I (Paddy Considine), luta constantemente para impedir a explosão de uma guerra sendo um rei gentil e decente.  Naturalmente, após sua morte, a guerra pelo trono estará iniciada.


Direção e Fotografia

A princesa Rhaenyrae o Daemon no jardim do palácio 


A direção ficou nas mãos de Miguel Sapochnik, que cumpre de forma excelente seu trabalho.  O episódio 1 impressiona desde sua cena inicial, com Rhaenyra voando em seu dragão pelo céu de Westeros e ao longo da série as conversas da  
Rhaenyra  com o Daemon e Alice no jardim do palácio. 


A fotografia da série remete muito a GOT em seus enquadramentos, tipos de planos e também cores e contrastes utilizados. Muito profundo e impactante.


Cenografia e Figurinos


Um aspecto muito nostálgico na série é podermos revisitar cenários de Game of Thrones, A direção de arte conseguiu nos transportar novamente a Westeros e a alguns locais chaves da narrativa de GOT, de forma a parecer estarmos assistindo a mesma série. Um trabalho muito bem feito.

Os figurinos são essenciais para a história, uma vez que a todo tempo reforça o pertencimento de seus personagens às suas casas e suas crenças. Os Targaryen vestem muito vermelho, com o brasão da casa, além de elmos de dragão. 

Quando não vermelho, os personagens da Casa do Dragão vestem as cores de seus dragões, fortalecendo seus laços com os seres de fogo. Bandeiras e brasões de outras casas já conhecidas por nós também dão um show de nostalgia e curiosidade.

House Of The Dragon chegou com personagens fortes e uma narrativa complexa, porém objetiva, a expectativa é de ser uma série à altura, senão melhor que Game of Thrones. 

A princesa jovem com sua melhor amiga Alice e que se tornará sua pior inimiga


Tudo o que fez os fãs se apaixonarem por GOT está lá: as cidades de cenografia estupenda, os trajes incríveis e riquíssimos em detalhes, os diálogos ácidos, as violentas batalhas, o pouco pudor e uma narrativa recheada de intrigas e surpresas. 


A trama é essencialmente centrada nas alianças, conspirações e aspirações ao trono de ferro e sua sucessão. 

Há duas facções que, ao longo dos episódios, se mostram mais evidentes na liderança pela sucessão do poder. 


Os incríveis e realistas figurinos da série surpreendem



Muito do poderio da série está não só na atuação dos atores supracitados, mas especialmente das intérpretes de Rhaenyra, a jovem Milly Alcock e, posteriormente, Emma D’Arcy. Se você não conhecia seus nomes antes de HOTD, não se esquecerá tão facilmente após presenciar o que fizeram como Rhaenyra, elevando a personagem como uma protagonista de enorme sucesso nas séries HBO e conquistando uma legião de fãs na internet ao longo dos dez episódios da série.

Princesa Rhaenyra, posteriormente interpretada por Emma D’Arcy.


E claro, com uma atuação digna de Emmy em um dos últimos episódios, o ator Paddy Considine, que viveu o rei Viserys I, um personagem que evolui absurdamente do início ao final da temporada e desperta no espectador sentimentos dos mais diversos e que, ao fim, o reconhece como um enorme pilar da história de House of The Dragon – muito pela colossal e elogiadíssima atuação de Paddy, que arrancou enormes elogios do próprio R.R. Martin.


E OS DRAGÕES, É CLARO!


HOTD também enche os olhos dos fãs com seus inúmeros (e fabulosos) dragões. Se em Game Of Thrones tivemos pouco tempo para desfrutar da presença destas sempre fascinantes criaturas, em HOTD há uma gama enorme delas – dos mais variados tipos.

Somos apresentados nessa primeira temporada a uma parte deles, e como era esperado, eles, de fato, possuem um papel fundamental na dominância de poder daqueles que os controlam. Inclusive, é dos dragões o momento final e mais marcante da temporada de HOTD.

Minhas Considerações Finais


Dizer que HOTD surpreende pode ser um exagero, pois o fenômeno de GOT, quando não comete deslizes, já se provou um universo riquíssimo e capaz de oferecer o melhor do entretenimento fantasioso na televisão.

Ainda assim, todos os episódios são extremamente bem desenvolvidos e amarram a trama perfeitamente, tornando a narrativa desta primeira temporada concisa e apaixonante do início ao fim.

Sobre a canção Tears Of The Dragon

Fiquei tão entusiasmada com a série que editei um vídeo especialmente para ela com a canção do Bruce Dikinson chamada Tears Of The Dragon.

Quando Bruce Dickinson deixou o Iron Maiden em 1994, o vocalista jamais escondeu as razões de sua saída, e sempre as deixou bem claras nas entrevistas concedidas naquele período. Mas, teria Bruce expressado os sentimentos em algum outro lugar? Sim, ele se expressou na canção Tears Of The Dragon.

"Tears of the Dragon é a única música deste álbum (Balls To Picasso) a qual Bruce escreveu e compôs totalmente sozinho. Mas mesmo que você não deva simplesmente associar o autor com o personagem do poema, provavelmente nesta canção nós precisamos admitir um grande grau de identificação. Baseado neste detalhe, Bruce expressa o conflito interior que ele passava naquele momento.

O antológico álbum solo de Bruce Dickinson

No refrão da canção, Bruce descreve o sentimento que tinha quando sua partida foi definida. Ele mergulharia no desconhecido ('the sea' [o mar] como uma metáfora para vida e futuro) – um passo que ele tinha medo de dar. Para superar esse medo, ele teve que se deixar cair, deixar que a onda o levasse. 

A personificação do dragão ilustra que a separação e o modo como tudo aconteceu significaram algo profundamente triste para Bruce.

É bem sabido que animais, e entre eles o dragão (mesmo sendo um animal imaginário), são incapazes de chorar. O fato de que um poderoso animal feroz como este derrame lágrimas enfatiza o conflito interior de Bruce. 

Ainda mais, o dragão é um símbolo da natureza indomável, caos e sabedoria oculta – o inconsciente. Com as lágrimas, o inconsciente se torna manifesto. Para todos os intentos e propósitos, e a seus colegas de banda (e talvez os fãs, também), e a si mesmo que ele dirige quando o personagem da música afirma que o dragão chora por ambos.

Creio que não existe melhor canção para inserir as cenas mais impactantes sob a minha ótica da primeira temporada da Casa do Dragão.

Agora, nos resta ver o vídeo que preparei e esperar pela segunda temporada. 

E você, o que achou da primeira temporada de House of The Dragon? Comente, vou adorar saber!



Biografia & Pesquisa

Imagens do Google Imagens

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2 comentários:

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